A construção industrializada, também conhecida por construção modular ou offsite, se caracteriza pela construção em módulos, fora do canteiro de obras. No ConstrueCast, o Podcast da construção civil, criado pela HUB, debatemos sobre o tema com Ricardo Matheus, Engenheiro Civil e de Produção, fundador da grande Brasil ao Cubo.
Neste artigo, você saberá mais sobre o nosso bate-papo e aprenderá mais sobre esse tipo de construção, com quem melhor entende do assunto!
Quais as principais vantagens da construção industrializada?
Segundo Ricardo Matheus, as maiores vantagens da construção industrializada são:
- Agilidade
- Sustentabilidade
- Menos desperdício de material
- Ergonomia do trabalho na fábrica
- Segurança de trabalho mais evidenciada
Podemos citar, ainda:
- Precisão na construção e qualidade do produto final
- Redução de patologias na obra
- Previsibilidade de custos
- Versatilidade e flexibilidade
A construção industrializada possibilita a criação de módulos de forma padronizada, quanto ao seu processo de fabricação. Isso gera rapidez na entrega, sem prejuízo da criação de projetos exclusivos, que variam em suas dimensões e acabamentos.
Todas essas vantagens compensam o custo inicial mais alto das obras feitas por meio desse processo. Até porque, ao longo dele, há economia com a reposição de material (que não precisa ser feita) e mão de obra, além do tempo. Isso faz com que, ao longo do processo, a economia financeira chegue a até 30%.
Construção industrializada tira emprego?
Segundo Ricardo Matheus, não há prejuízo de empregos com a aplicação da construção industrializada. Ele afirma que, nas obras que utilizam esse processo, a mão de obra deixa de estar no canto de obra e passa a estar no parque fabril, onde se concentra a produção dos módulos.
Além disso, ele lembra que há demanda para trabalhadores na efetuação do transporte dos módulos, no içamento e montagem no local da obra. Portanto, a construção modular proporciona maior produtividade e não tira empregos.
Cases de sucesso da Brasil ao Cubo
Para exemplificar a utilização da construção industrializada, Ricardo Matheus levantou cases de sucesso em obras realizadas pela Brasil ao Cubo. Pontualmente, abordaremos o Hospital Albert Einstein e o hospital M’Boi Mirim, citados por ele no ConstrueCast
Hospital Albert Einstein
A Brasil ao Cubo executou um prédio de 3 pavimentos para o Albert Einstein, visando a ampliação da área hospitalar com a entrega rápida de 56 leitos de alto padrão.
Uma obra desse porte, se feita da forma convencional, duraria cerca de 20 meses. Mas, visando antecipar o faturamento do cliente, a empresa propôs a entrega em 5 meses, o que equivale a ¼ do tempo. E isso foi possível com a realização da construção industrializada.
A obra aconteceu enquanto o hospital funcionava, por isso não podia haver barulho, nem movimentação de obra no local. Assim, foi preciso estratégia do projeto à concepção e a entrega do máximo possível de estruturas prontas.
Dentre os itens que já chegaram prontos ao local estavam o piso vinílico, sistema de detecção e combate a incêndios, toda a marcenaria, louças e metais. Isso reduziu o prazo, os ruídos e a poluição, o que foi fundamental para uma obra em ambiente hospitalar.
Ricardo Matheus pontua que a concepção arquitetônica foi desenvolvida pela BR3, em conjunto com a arquitetura do Albert Einstein, visando que o projeto, desde o início, tivesse como foco a construção industrializada. As alterações em projetos existentes podem acontecer, mas elas geram um custo maior, portanto, não é o ideal.
A obra contou com 4 mil m², cuja instalação aconteceu em 34 dias, mediante 63 módulos conectados entre si, contando corredores centrais e uma torre de utilidades conectada a cada um deles. Já a fabricação aconteceu em 78 dias, ao passo que os 150 dias restantes foram dedicados ao acabamento.
O engenheiro ressalta a importância da dedicação à finalização da obra, para a reparação de emendas, tratamento do aço e outros. São detalhes importantes, especialmente em projetos de alto padrão.
M’Boi Mirim
A construção do M’Boi Mirim, pela Brasil ao Cubo, aconteceu em plena pandemia e teve como apoiadora a Ambev, empresa para a qual BR3 já trabalhava.
O hospital, de administração do Hospital Israelita Albert Einstein, exigiu construção visando os cuidados com os pacientes durante a pandemia, mas também a doação posterior à comunidade.
O prazo foi curto: a promessa era de que a entrega aconteceria em 45 dias. Entretanto, eles conseguiram antecipá-la para 33 dias. Durante esse curto período, aconteceu o projeto, a fabricação e a montagem.
A estrutura completa da obra se deu através do aço e os módulos (contando com piso, paredes e teto) foram fabricados em Santa Catarina e no Paraná. Posteriormente, foram transportados para o local da obra, em São Paulo-SP.
Em parceria com a TecVerde, a Brasil ao Cubo uniu informações do sistema, conseguidas mediante a utilização de software específico, à tecnologia da construção industrializada. Isso possibilitou o planejamento da obra, precisando os gastos e evitando desperdícios.
Ricardo Matheus ressalta a importância da dedicação total ao projeto e ao planejamento, antes da execução. O profissional atribui muito do sucesso da Brasil ao Cubo a isso, destacando que esse é um dos principais diferenciais da empresa.
Metas e projetos futuros da Brasil ao Cubo
A Brasil ao Cubo já estava ganhando mercado antes da Pandemia, mas enquanto ela acontecia, houve a necessidade de criação de hospitais de forma rápida, para atender às pessoas doentes. E a empresa participou de uma série deles, o que impulsionou o seu crescimento.
O objetivo da empresa, desde a sua criação, foi a concepção de uma ideia inovadora a cada seis meses, envolvendo a construção modular, o que vem acontecendo até hoje.
Atualmente, eles estão trabalhando no desenvolvimento do primeiro prédio residencial da empresa. É um protótipo que já foi vendido e, se verificarem sua viabilidade, a empresa expandirá os seus investimentos nesse setor.
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