O ConstrueCast é o Podcast da Construção Civil, que tem como host Paulo Barros e como convidados especialistas e profissionais experientes dos setores da Construção, Arquitetura e Engenharia. Para debater sobre a construção modular e seus subtemas, o PodCast recebeu como convidado Ricardo Matheus.
Engenheiro Civil e de Produção, o profissional é fundador da Brasil ao Cubo (BR3), empresa provedora de soluções ágeis para o mercado da construção. Fundada em 2016, ela possui obras em diversos estados, sendo nacionalmente reconhecida.
Sobre sua história com a engenharia, Ricardo conta que ingressou no mercado de trabalho na empresa do seu pai, de construção metálica, em 1999. Inicialmente, como auxiliar e, com o passar do tempo, se tornando soldador.
Fazendo peças metálicas, Ricardo Matheus se familiarizou com a realização de obras, optando por cursar Engenharia Civil em 2005. E, nessa faculdade, ingressou em um Programa de Iniciação Científica sobre o Light Steel Frame, quando ainda era um processo embrionário no Brasil.
Além disso, em 2013 ele ingressou na faculdade de Engenharia de Produção. E, entendendo linhas de produção, ele pensou em um processo de construção inovador: criar protótipos para instalação posterior em obras (construção modular). Com seu conhecimento prático e teórico adquiridos, ele encontrou meios para empreender, com sucesso, na BR3.
Continue acompanhando este artigo para saber mais sobre o que foi abordado no nosso bate-papo!
O que é Construção Modular?
A construção modular consiste em uma metodologia de construção que acontece por partes. Há a criação de módulos por uma indústria especializada, em um local diferente do canteiro de obras (offsite).
A matéria-prima utilizada nesses módulos varia de acordo com o projeto, mas todos eles são trabalhados através da pré-fabricação. Isso significa que há uma linha de montagem, a qual criará blocos construtivos, que são transportados até o local da obra, apenas para montagem.
Ricardo Matheus pontua que a Brasil ao Cudo atua na construção modular volumétrica, através da qual espaços inteiros são construídos em fábrica (piso, parede e tetos). Depois, apenas há o seu transporte para o local da instalação.
Construção modular serve para qualquer projeto?
A construção modular, segundo Ricardo Matheus, se adapta a muitos projetos, mas não a todos. Ele diz que esse tipo de construção se afiniza mais a obras comerciais porque antecipa prazo e faturamento. Assim, é possível justificar o custo inicial mais alto aos investidores.
Quanto às residências, ainda há vantagens em sua utilização. Mas elas não são financeiras e consistem em agilidade no projeto e na sustentabilidade. Entretanto, o engenheiro diz que espera mudanças nesse cenário, com preços mais acessíveis para a construção modular, nos próximos anos.
Portanto, ela pode ser utilizada em todos os projetos, mas é preciso avaliar as suas vantagens em cada empreendimento.
É possível reutilizar materiais da construção modular para outra obra?
A construção modular pode ser transportada para outro local, a critério do seu proprietário. Como exemplo disso, Ricardo Matheus trouxe, no bate-papo do ConstrueCast, um case da Brasil ao Cubo.
A empresa realizou um Projeto de uma academia para o Studio Integrado Mormaii Fitness, em Florianópolis. A academia situou-se, por um tempo, em um estacionamento que o cliente alugou e, quando o contrato venceu, ele desprendeu o módulo e o levou para outro lugar.
Essa, inclusive, é uma das vantagens da construção modular: sua versatilidade, praticidade e diversas opções de uso. Devido a essa flexibilidade, é possível transportá-la até mesmo entre estados.
Projeto de modelos de Casas Modulares da Brasil ao Cubo
Ricardo Matheus fala da proposta da Brasil ao Cubo para casas de alto padrão (uma vez que os custos para sua construção são maiores), que são casas de prateleira.
Isso significa que a empresa conta com um catálogo de casas para venda, cujos projetos já estão prontos e os processos otimizados para a realização da construção. Por causa da repetição construtiva, é possível o reaproveitamento de moldes, reduzindo custos.
A empresa está desenvolvendo esses projetos e já conta com esse processo no México ao Cubo (filial da Brasil ao cubo). Entendendo a aplicabilidade da construção modular para residências no país, eles desenvolvem as casas, transportam para terrenos e depois, comercializam.
É importante a realização da construção e montagem antes da venda, para que haja validação da tese pós-projeto, ou seja, para que haja conferência de prazos, custos, materiais e possíveis patologias, antes da comercialização.
Futuro da Brasil ao Cubo
Desde o ano de fundação da Brasil ao Cubo, eles têm como meta a apresentação de inovação semestral. Portanto, há novidades para este ano. E elas consistem no desenvolvimento do primeiro prédio residencial da empresa.
O prédio conta com 8 mil m² de obra, cuja divisão se dá entre lajes de 410 m² e 15 andares. 13 andares para apartamentos e 2 para área de convivência e garagem. Todos construídos de maneira modular.
A intenção é realizar o projeto, iniciar as obras e entregá-lo pronto ainda este ano. O processo ainda está em fase de prototipagem, mas já está sendo vendido e, assim, a empresa avaliará a sua viabilidade.
Se tudo correr bem, a BR3 expandirá os seus investimentos, passando a atuar, também, na construção de múltiplos andares de cunho residencial.
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