abril 24, 2025

Patrimônio Histórico – Construecast

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O Construecast é o podcast da Construção, Arquitetura e Engenharia, que traz profissionais para falar sobre temas relevantes dessas áreas. Para falar sobre patrimônio histórico, o host Paulo Barros contou com a presença da convidada, a Arquiteta Fernanda Craveiro!

Para saber como foi a conversa e os tópicos abordados, continue acompanhando este conteúdo!

Entendendo a importância dos restauros

Fernanda Craveiro trouxe à tona a importância dos cuidados para se preservar o que se gosta e o que provoca sensações, ou aquilo com o que se identifica e se estabelece vínculos afetivos e de memória.

A sociedade busca, portanto, preservar o que é simbólico de alguma forma, assim como o patrimônio cultural. Esse patrimônio observa determinados critérios a serem seguidos, para que sejam dignos dessa preservação.

Dizer que algo é patrimônio histórico significa reconhecer que determinado artefato é precioso, único e excepcional e não é possível encontrá-lo em nenhum outro lugar.

As referências arquitetônicas são importantes para inúmeras pessoas, considerando as esferas de bairros, cidades, estados, regiões e até um país. 

Por isso, o tombamento, que confere o título de patrimônio histórico a diversas estruturas, também se divide em camadas, quais sejam:

Esfera municipal

Ela se compõe de bens que pertencem e são protegidos pelo município, geralmente focando em aspectos locais e históricos que têm relevância para a comunidade local.

Esfera estadual

São bens de interesse para o estado, que representam a identidade e a história regional. Por isso eles são protegidos e valorizados pelo governo estadual.

Esfera federal

Os patrimônios da esfera federal são aqueles de interesse nacional, porque geralmente estão relacionados à história, cultura e identidade do país. Portanto, o governo federal os protege e regulamenta.

Patrimônio da humanidade

Por fim, há os patrimônios da humanidade, compostos de bens culturais e naturais reconhecidos pela UNESCO por seu valor universal e importância para a herança comum da humanidade.

Entenda o que é o tombamento

Ao ser perguntada sobre o que é um edifício tombado e o motivo de o tombamento receber este nome, Craveiro explica que o tombamento é um instrumento que reconhece os valores que um edifício tem para que haja sua preservação.

A Arquiteta conta que na década de 30, Mário de Andrade recebeu a incumbência de desenvolver um anteprojeto de lei visando a preservação do patrimônio cultural no Brasil. Portanto, foi ele que originou a Lei de Tombamento de 1937, Decreto Lei 25. 

Mário de Andrade utilizou a palavra “tombar” como uma forma de brincar com o seu significado, ao fazer referência à Torre do Tombo, situada em Portugal. Torre esta que recebe livros que documentam uma série de eventos importantes relacionados aos imóveis protegidos e outros documentos. 

Mário de Andrade, criador da Lei de Tombamento em 1937.
Mário de Andrade, criador da Lei de Tombamento em 1937.

Saiba como funciona o pedido de tombamento de um edifício

Segundo Fernanda Craveiro, as próprias pessoas de uma sociedade, que enxergam um prédio como importante, podem solicitar o seu tombamento. Para isso, basta que elas tirem fotos do imóvel e escrevam sobre ele com suas próprias palavras.

É preciso que a solicitação contenha a história do imóvel, justificando sua importância, sua data de construção e nome de quem construiu, bem como outros detalhes que sejam relevantes para o pedido.

Em seguida, basta levar a algum órgão de preservação, solicitando a abertura do processo de tombamento. A partir daí, o próprio órgão fará a avaliação do imóvel e determinará se ele preenche as características necessárias para ser tombado.

Para que isso aconteça, deve ficar clara a importância que o imóvel tem para a comunidade (não apenas para seus proprietários e ocupantes).

Caso seja aprovado e haja o tombamento do imóvel, seu proprietário se torna responsável pela manutenção dele, mas haverá fiscalização por parte dos órgãos responsáveis para garantir a sua preservação.

Vantagens do investimento na preservação do patrimônio histórico

A preservação ou a restauração de patrimônio histórico, inclusive utilizando o retrofit (processo de modernização, atualização de sistemas e estruturas existentes) para aproveitamento de estruturas, gera impactos positivos como:

  • economia: com o aproveitamento de estruturas já prontas, mesmo que ainda precisem de cuidados e atualizações, há grande economia para os proprietários dos edifícios. 
  • design: as modificações feitas em prédios já prontos são limitadas, de forma que ele permanece com características da época em que sua construção se deu. Assim, seu design destoa e se torna único.
  • sustentabilidade: o aproveitamento possibilita evitar demolição e produzir resíduos que acabam sendo descartados no meio ambiente.

Entendendo o papel da tecnologia na preservação

A tecnologia está atrelada à preservação do patrimônio, como Fernanda menciona, exemplificando com o registro, que conta a história do edifício. 

Ela cita também a fotografia como forma de promoção do registro, seguida pelos vídeos, que possibilitam a comparação de um patrimônio histórico antes e após a intervenção.  

Assista à entrevista sobre Patrimônio Histórico, para acessar o conteúdo na íntegra. E se inscreva nos canais do ConstrueCast para conhecer soluções e inovações na indústria da Construção Civil, Arquitetura e Engenharia.